quarta-feira, 2 de julho de 2008

Segunda Versão

Ele entrou em casa e se encontrou com Maria de batom borrado, cabelos revirados e bebendo água na cozinha americana.
- Então, você saiu com quem hoje?
- Do que você está falando? Está sugerindo?
- Você sabe do quê. Eu não vou mais tolerar isso.
- Tolerar? Sabia que estou passando fome?
- Deve ser a tua mãe, fica parada o dia todo comendo tudo dentro de casa.
- Coitada, sorte que é surda. Parado é você que está desempregado.
Ele passa pela sogra, olha com desdém e sugere:
- Gostaria de viajar? Duas passagens só de ida...
- Pode deixar, vou fazer as minhas malas e de mamãe.
Maria sai para dentro do apartamento. Do quarto ela diz:
- É sua última chance.
- A sua já passou.
- Está bem.
Ela aparece na sala:
- Ô espertinho, eu estou lendo no bilhete que a passagem é para você.
- Ótimo, já sei para onde vou ir e o quê vou fazer.
Ele vai para o quarto. De lá, ele diz:
- Onde está o revolver, querida?
- Vai procurar na gaveta das dívidas.
- Não posso nem dar um fim que merece essa história. Esse é o resultado de se casar com a primeira que encontra na esquina.

Um comentário:

ana santos disse...

Cícero, obrigada pela visita e desculpa a bagunça da casa... A tua está bem bonita. Beijo e até quinta, Ana.