quinta-feira, 17 de abril de 2008

Questões Preliminares de Joel II

Joel que rima com pastel, não engoliu essa. Foi a luta, caiu no ringue. Joel adorava matemática e todas as outras matérias que fizessem com que não pensasse na história. A história não lhe parecia muito encorajadoura, já que descrevia basicamente grandes eventos, a maioria trágicos, como as duas guerras mundiais, a independência do Brasil, e a sucessão democrática brasileira, entre uma ditadura aqui, um suicídio ali, outro impeachment lá. Mas onde ele estava? Não, ainda não havia descoberto a filosofia, estava num campo bem mais próximo, estava perguntando-se onde ele estava dentro daqueles livros de história com boas gravuras distribuídos pelo Ministério da Educação e Cultura, que eram bons, mas ninguém podia escrever as respostas dos exercícios, porque as próximas 22 gerações precisavam usar, depois dele, sabe, um país que claramente tem um projeto para a educação. Joel estava dentro daqueles que sofreram tudo o que o seu povo devia e não devia. Aqueles que foram colocados todos dentro do mesmo saco, ou do mesmo barco, e depois disso, não importa se eram de Angola, do Congo, não, eram todos negros escravos.

Ele achava muito engraçado como muitos povos, por minorias que fossem, sabiam se eram japoneses, poloneses ou italianos. Ele sabia somente que vinha do continente esquecido. Ele dedicou-se primeiramente nas exatas. De torta já bastava sua vida. Acho fácil, báskara, geometria, e ainda teve uma grande afinidade com aqueles cálculos difíceis com nomes estranhos...logaritmos! Foi o melhor da turma, sentimento fantástico: olhava para a professora e esperava aquele olhar de volta! Hmmm! Nada de atração, afinidade, era o ego dele mesmo, achou, tinha um!

A família de Joel trabalhava. O pai era motorista de ônibus. A mãe limpava o colégio durante a semana, e a igreja durante o fim de semana. Eles tinham uma avó que vinha uma vez por semana, o nome dela era Monalisa, que falava pouco, mas tinha um sorriso muito confidente. Ele achava estranho o jeito que gostava dela. Ela foi embora um dia, dizem que havia ido para um albergue. Albergue, será que tinha ido viajar ? Joel pensou nisso. Olhou para o céu, estava azul e quente, e vento forte. A avó sempre dizia que em tempo de vento forte, é preciso pensar forte, para o vento não levar seus pensamentos. Os irmãos eram muitos. Quatro meninas e quatro meninos. Desses tinha um casal de gêmeos, alguns de touro, outros de escorpião e poucos de Áries.

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