O GRANDE JOGO
Já entendo certas gravuras
mas não sei quem embaralha,
que anverso tem a medalha
cujo verso é minha figura.
Na outra face da lua
dormem os números do mapa;
brinco de encontrar nessas cartas
a que cegamente me inclua.
De tanta alegre insensatez
nasce a areia da passagem
para o relógio do que amei,
mas não sei se a mão é dada
pelo anjo ou pelo acaso,
se estou jogando ou sou as cartas.
Julio Cortazar
Autor de jogo da amarelinha, octaedro e tantos outros.
Mais sonetos em http://www.revistapiaui.com.br/artigo.aspx?id=748
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