Que ele anda pra frente, nunca para trás. Esse é o começo de um raciocínio. A partir disso, se tem o fato (e o fardo) de que nossas tristezas se consolidam e se transformam no seu trabalho. A memória nos revela uma velha surda, daquelas que só ouvem o que lhes convém e muito de vez em quando. Trás o passado reto e o faz torto, tira um torto e mostra um reto. Mas a angustia toda está no futuro. Simplesmente não temos acesso ao futuro. O futuro é um Deus, nunca o encontramos, mas sempre pensamos nele, o futuro é o vento que sentimos pelas mãos, mas não o pegamos, não o alcançamos, ele apenas passa, de presente a passado. A verdade é que a pergunta está mal feita. Não há o que esperar por ele. Isso seria esperar um destino, esperar Deus mesmo. A pergunta é o que o tempo espera de nós. Colocar alguém no meio. O que esperamos fazer do tempo dentro de uma sociedade. Talvez a questão de formular perguntas seja a mais importante, para não cairmos na metafísica. Perguntas vagas levam a respostas vagas. Perguntas específicas levam a respostas específicas, a não ser que quem responda não acompanhe nada.
Fica fácil então. Caso não me dêem nada, não irei. Caso dêem, irei.
Fica fácil então. Caso não me dêem nada, não irei. Caso dêem, irei.
Um comentário:
Desde quando tu viraste crente?
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